Comemorado no Brasil dia 21 de setembro em razão da proximidade do início da Primavera, o Dia da Árvore é uma data para celebrarmos esse ser majestoso – não importa o tamanho –, merecedor de respeito pelo que traz à vida: além de benefícios, a beleza.
Sabemos, mas é sempre bom reforçar, que as árvores protegem nascentes, rios, o solo, bem como o fertilizam, evitam deslizamentos, produzem chuvas, e influenciam no clima. Nos alimentam e ajudam a tratar da nossa saúde por meio de sustâncias retiradas do caule, flores, raízes e frutos.
Ademais, cada árvore é um ecossistema, ou seja, em cada uma interagem elementos bióticos – plantas, animais e micróbios – e elementos físico-químicos, como o ar, a água, o solo e minerais.
Deste modo, podemos perceber, com um olhar acurado e boa vontade, que, para além das raízes, do tronco, ramos e folhas, inúmeras espécies habitam uma só árvore, muitas delas tirando seu sustento vivendo simbioticamente. Em um ciclo de vida perpétuo, usufruem desse grande vegetal lenhoso, cada um à sua maneira, mamíferos, répteis, aracnídeos, insetos que atraem pássaros, que nelas fazem seus ninhos, até os que não são vistos a olho nu. Samambaias e orquídeas, por exemplo, atraem insetos e pássaros que irão polinizar a hospedeira para esse ciclo seguir se perpetuando.
As cidades também se beneficiam de áreas arborizadas. Em relação à poluição, o pesquisador em silvicultura urbana do Instituto de Energia e Meio Ambiente da Pensilvânia, Vincent Cotrone, explica que as árvores têm a capacidade de absorver entre 55 e 109 quilos de gases poluentes, como o dióxido de enxofre oriundo da queima do carvão; óxidos nitrosos provenientes dos escapamentos de carros e caminhões, e de outras partículas vindas, principalmente, do diesel.
Cientistas e pesquisadores afirmam que a sombra das árvores pode reduzir a temperatura do asfalto em até 2°C. Ao passarmos por jardins botânicos e praças onde há espécies de grande e médio porte, com copas generosas, sentimos nitidamente a diferença de temperatura. Há estudos que comprovam que uma árvore de porte grande produz o efeito de alguns aparelhos de ar-condicionado.
Quanto ao nosso ânimo, conforto, tranquilidade, a Organização Mundial de Saúde – OMS – vem dizendo há tempos que, para manter a saúde física e mental, as cidades deveriam ter uma árvore para cada habitante. Um sonho? Basta pensar: você prefere descansar sob um sol causticante ou à sombra de uma árvore?
The Barcelona Institute for Global Health* – ISGlobal – é enfático ao afirmar que quadros de ansiedade e de depressão diminuem consideravelmente quanto mais espaços verdes houver. Uma rua arborizada acalenta a alma.
Por fim, nós humanos deveríamos preservá-las por tantos benefícios oferecidos e, assim, zelar por nosso objetivo comum: promover a vida.
*Instituto de Barcelona para Saúde Global
